quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Daqueles dias

...Um dia acordou cansado, dormira demais. Não queria fazer nada. Tomou seu café dormido, assistiu um pouco de tv. Nas notícias, fatos ruins aconteciam pelo mundo. Desligou a tv. Ligou o rádio. A antena quebrada não captava onda alguma. Pegou seu cd favorito que num destes pulos que os objetos costumam dar, caiu e partiu-se em pedaços que não pôde contar. Irritado, sentou no sofá para ler o único livro que encontrou. Já o tinha lido. Levantou e gritou palavrões que assustaram a si mesmo. Nervoso, chutou a mesa e machucou o pé. Seu telefone tocava. Mancando foi atender. Era sua namorada. Não satisfeita com a situação do relacionamento dizia que era o fim, arranjara outro. O mundo caia sobre seus ombros. Uma repentina dor de cabeça lhe trouxe um inesperado desespero. O temporal que iniciava lá fora trazia ao seu conhecimento a fragilidade do recém trocado telhado de casa. Incontáveis goteiras surgiram assim, de repente, como se confirmassem o mau agouro. Começou a chorar e a rir ao mesmo tempo. Era só o que lhe restava fazer. Eram apenas os cinco primeiros minutos de seu dia...