Das crônicas
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sábado, agosto 09, 2014
sexta-feira, junho 10, 2011
Dos caminhos encontrados
A vida, com certo intuito de driblar uma corriqueira amargura, e num processo automático de equilíbrio, às vezes encontra inusitados caminhos. E podes rir, leitor, mas já lhe advirto, há de acontecer contigo, e não falo de maldade: caí. Foi um destes tombos abissais, destes de deixar envergonhado o maior dos sem-vergonhas – e não, não o sou.
Caminhava assim – disperso, olhando pro alto. Visava recém construído e esplendoroso prédio aqui do bairro. E, fruto disto, não percebi, ali pelo chão, o benéfico plano da existência que sucedia: destemida pedrinha de rua resolvera, assim como quem não quer nada, levantar um tantinho, somente um tantinho – o necessário.
Tropiquei como um bobo, um pateta, um tolo, um boboca – escolha. Então, ali, logo em frente, no ponto de ônibus, ninguém ousou segurar gargalhada. Riu a velhinha de bengala, que levava lacrimosa neta ao colo e, por decorrência, também riu a tal netinha; riu um senhor que tinha cara de mal-humorado e riu um real mal-humorado; riu o cansado motorista de ônibus que chegava por lá e também um desesperançoso moleque vendedor de guloseimas.
Por fim, notei, bem como, não sei se pelo fato de ter batido cabeça ao chão, e vindo dos lados da tal pedrinha, uma contida e satisfeita risada. Pois sim, a vida acaba, em momento ou outro, encontrando estranhos e efetivos amenizadores dos males. E não, não penses tu, leitor, que não terás teu dia, tua hora, teu inevitável momento de distraído benfeitor também.
Caminhava assim – disperso, olhando pro alto. Visava recém construído e esplendoroso prédio aqui do bairro. E, fruto disto, não percebi, ali pelo chão, o benéfico plano da existência que sucedia: destemida pedrinha de rua resolvera, assim como quem não quer nada, levantar um tantinho, somente um tantinho – o necessário.
Tropiquei como um bobo, um pateta, um tolo, um boboca – escolha. Então, ali, logo em frente, no ponto de ônibus, ninguém ousou segurar gargalhada. Riu a velhinha de bengala, que levava lacrimosa neta ao colo e, por decorrência, também riu a tal netinha; riu um senhor que tinha cara de mal-humorado e riu um real mal-humorado; riu o cansado motorista de ônibus que chegava por lá e também um desesperançoso moleque vendedor de guloseimas.
Por fim, notei, bem como, não sei se pelo fato de ter batido cabeça ao chão, e vindo dos lados da tal pedrinha, uma contida e satisfeita risada. Pois sim, a vida acaba, em momento ou outro, encontrando estranhos e efetivos amenizadores dos males. E não, não penses tu, leitor, que não terás teu dia, tua hora, teu inevitável momento de distraído benfeitor também.
quinta-feira, abril 21, 2011
Tempos de crise
Com a grandiosa crise econômica que insiste em rodear a Terrinha aqui, muitos já optam por opções inusitadas para aliviar dispendioso lamento. Em certa redondeza, por exemplo,famoso morcego, no intuito de achar uns trocados, e com imensa tristeza, acabou por penhorar seu famoso automóvel. Pois sim, fruto de tamanho tormento financeiro, o tal tem sido visto por aí andando com o que chamam Batcicleta, Batmagrela, algo do gênero. Boatos ainda relatam que o suposto affair do Morcegão, certa Batgirl, também apunhalada pela lamentável situação mundial, tenta driblar a crise tirando algum nas esquinas da caverna do namorado. Segundo contam, a máscara da rapariga, se cabe dizer assim, vem fazendo demasiado sucesso no ramo de fantasias.
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